Acho que os finais de domingo sempre vão ser os momentos que eu mais me sinto sozinha no mundo. Desde criança eu simplesmente não sei como afugentar esse sentimento, principalmente quando estou de fato sozinha. Chega a ser irônico.
Sinto falta da sala da minha casa. Do sofá. Dos gatos aninhados. Do aconchego das cobertas da minha mãe. Do volume alto da tv. E eu pedindo pra minha irmã abaixar. Do vento entrando pelas frestas da porta e da cortina balançando. Sinto falta do som que a geladeira faz quando quando é aberta e do barulho da air fryer me avisando que os pães de queijo estão prontos. Sinto falta da luminária da minha mãe no cantinho embaixo da escada. E dos cliques do mouse dela enquanto trabalha mais uma vez durante um fim de semana. Sinto falta de me sentir em casa e de saber que quando digo que quero ir pra casa é praquela que me refiro.
Sinto tanta falta que é como se ela preenchesse todo o vazio que me come o peito por ela mesma causado. E aí quase não sinto nada. Sinto falta de me entristecer um pouquinho menos aos finais de domingo. Mas me alegro um pouquinho mais quando penso que se é final de domingo, amanhã a rotina vai ser preenchida novamente e eu vou estar ocupada até esquecer toda falta que sinto.
Bom, pelo menos até semana que vem.
